Fardas ou uniformes ?
Por Wanderson Eustáquio Costa
Agente Penitenciário
wandersocope@oi.com.br
É muito usual a terminologia “farda” no meio prisional. Há um equívoco quando associamos o nosso uniforme ao pejorativo militar “farda”. Nenhuma instituição civil, exceto aquelas comandadas por militares, inscrevem em seus regulamentos, o vocábulo farda (ou fardamento).
É muito difícil para o homem de espírito militar entender o nosso raciocínio. Muitos não conseguem dissociar disciplina do militarismo, que não é o objeto do nosso ensaio, apesar de estar em curso por este autor.
A farda, como prefere os teóricos do sistema prisional, é termo usual do meio militar e jamais mencionado ou disseminado em instituições civis. É visível a obsessão amorosa do Sistema Prisional pelas práxis militares, pois busca o tempo todo espelhar-se em rituais militares, exceto no tocante a gestão organizacional destes, o que seria edificante.
Querem usar farda, sem ser militares. Querem usar cobertura militar (boina francesa), sem distinguir locais cobertos dos descobertos. Querem ser tudo, exceto um corpo civil organizado e sem amarras militares.
Em suma, a farda é uma vestimenta militar − é uma terminologia adotada pelos militares pátrios. Enquanto o uniforme, termo universal, é o mais apropriado para nosso contexto e não poderia ser diferente em razão do nosso papel social.